sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Deus cuida até no silêncio.


Quando estamos vivendo dentro de um grande sofrimento, seja ele qual for, logo pensamos em Deus, que é Pai. É uma das formas que encontramos para sentir alívio e, diretamente, auxílio para o fim do que nos faz sofrer.

Como filhos, ainda que rebeldes, corremos para os braços de Deus, como uma criança corre para os braços de sua mãe. Depois da queda, do joelho arranhado, o abraço de mãe cura, aconchega, acalenta. O desespero, antes aceso pela visão da ferida, apaga-se quando a visão encontra, de forma sublime, as luzes a irradiarem-se dos braços estendidos daquela que o gerou.

E no plano espiritual? Não vemos Deus, mas podemos senti-lo. E, teoricamente, é um desafio acreditar naquilo que não pode ser 'visto' a olho nu. Pensar em Deus é um primeiro ato, mas repensá-lo, confiá-lo à nossa dor, pode ser uma tarefa árdua. Somente pelos olhos da fé, definitivamente, pode-se experienciar tal consolo.

Vez em quando, o silêncio de Deus causa desassossego naqueles que esperam por consolo e cura. A pergunta é: - Por que Deus não me socorre?
A resposta pode ser: - Por que você olha depressa demais?

No lugar do desespero, onde faltara vinho naquela festa de casamento, nas bodas de Caná, Maria, a mãe de Jesus, olhou demoradamente para o Filho, antes de promulgar em palavras, o que Ele percebera quando ela o fitou.

Silenciar o coração. Ter os olhos fitos Nele, e o coração atento aos acontecimentos do dia a dia são tarefas que cabem àquele que espera por auxílio. 'Senhor, que eu veja.'

Rodrigo .