A vida é feita de palavras, mas também de silêncio. Quem fala muito, corre o risco de perder o ensinamento que, às vezes, se abriga nas frestas do tempo.
Reclamam de Deus, da ausência de sua voz e, em meio a lamentações vão procurá-lo em outros lugares. São pessoas que não compreenderam o cristianismo como sendo, a religião do silêncio necessário, e posteriormente como: pura graça de entendimento e visita.
Maria, a mãe de Jesus, amava-o e o acompanhava com o olhar. Ainda que o Filho estivesse à beira do praia, do mar ou entre os doutores da lei - bastava Jesus identificá-la no meio da multidão, para sentir-se amado e acompanhado.
A resposta é hóspede do silêncio.
Vivemos numa era em que a resposta precisa vir rápida, concisa e satisfatóriamente saciável. O mundo é assim, mas a fé não. Os templos deixaram de ser a casa de oração, silêncio e contemplação, para serem postos de troca - levo a lista do que preciso, e saio com os dias e horários para recebê-los. Depois, saem por aí, testemunhado aquilo que é visível e perece. Alma pequena, que se contenta com pequenos favores. É um deus projetado como uma máquina de coca-cola: coloco a moeda e a latinha cai.
Não medimos a nossa fé, a partir do que recebemos, mas do amor que nos alcança.
Deus se utiliza dos grandes poetas para ensinar a mais bela teologia:
"A vida de um ser humano, é impossível. O que vemos, é apenas milagre; salvo melhor raciocínio." Guimarães, o Rosa.
Se existe o silêncio, é porque o milagre já fora dado. E, enxergá-lo em meio a tanto barulho, pode ser impossível.
4 comentários:
linda a postagem Rodrigo.
Por isso nossa vida corrida e parece que não temos tempo para nada. Porque não silenciamos como Maria.
O silêncio é sempre necessário. Um abraço, Karina! A paz, moça.
A paz Rodrigo. vc tem orkut? Também tenho um blog aqui sobre musica eletronica.
karinadj.blogspot.com
abraços
Concordo com o que disse. Vivemos na era da instantaneidade e imediatismo. Silêncio incomoda. Deus é prontossocorro (gente, agora se escreve assim? Socorro! rsrsrsrs...)
Com isso, perde-se o essencial da fé, que não é baseada em respostas rápidas, mas na espera paciente.
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